sábado, 26 de maio de 2012

Esquinas Embriagadas de Cultura

Foto: Divulgação Cia um Pé de Dois, no Bairro Bom Fim

Muito legal o evento que rolou ontem na Cidade Baixa, bairro boêmio de Porto Alegre. Vários artistas de rua se apresentaram nas esquinas, como Mauro Bruzza (o Homem-Banda) e Mariana Ferreira, casados e fundadores da Cia Um Pé de Dois, além de integrantes do Circo Híbrido. Eles foram bem recebidos. Quem estava passando pelas apresentações parava pra assistir. Quem estava nos bares bebendo aplaudia com entusiasmo. Mariana me surpreendeu dizendo que, em Porto Alegre, o chapéu (dinheiro arrecadado por cada apresentação, conforme quem estiver assistindo queira doar) é muito bom e que não se pode falar que falta espaço para os artistas de rua, porque esse é justamente seu desafio. De qualquer forma, ações desse tipo não são muito comuns em Porto Alegre e o objetivo de levar cultura e tirar o marasmo que chegou por lá desde que vários bares começaram a ser fechados foi cumprido. A ação foi promovida pelo Cidade Baixa em Alta, formado por comerciantes do bairro. 

Eu cada vez mais estou apaixonada pelo teatro de rua. Porto Alegre tem tanta capacidade e potencial pra que esse gênero se desenvolva cada vez mais. Quanto mais ações desse tipo existirem, mais vai se tornar natural e incentivador para que outros artistas se juntem. E a Cidade Baixa, junto com o Bom Fim, é ideal pra promoção da cultura em Porto Alegre, mesmo que tudo tenha que fechar à meia-noite. O que não se pode fazer é se entregar pros homens. De jeito nenhum.

domingo, 6 de maio de 2012

Wilder e Villaça

Depois de um ano longe dos bloquinhos de notas, voltei a fazer reportagens no começo de abril. A pauta não poderia ser melhor: Billy Wilder. No fim de março, completaram-se 10 anos desde que ele morreu. Eu já tinha visto dez filmes do Wilder e já sabia o que eu queria destacar, mas claro que eu precisava de uma fonte. Tentei marcar com o Hélio Nascimento, crítico de cultura do JC, mas as agendas não bateram. Por sorte, o Pablo Villaça estava vindo pra Porto Alegre na semana seguinte com o curso de crítica de cinema que ela leva a várias cidades do país. O timing foi perfeito, marquei com ele por email e nos encontramos na Casa de Cultura Mário Quintana. 

Acho que ele não gosta muito de dar entrevista e chegou achando que a minha reportagem era pra um veículo impresso, mas foi muito atencioso e a entrevista foi super produtiva. Eu, que achava que o mundo era "Deus no céu e Wilder na terra", fiquei surpresa quando ele disse que na verdade o cineasta dedurava meio mundo na época do McCarthismo. Ninguém é perfeito né (desculpem por essa). Agora fiquei pensando que eu não coloquei isso na reportagem, mas acho que deveria ter colocado.