segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quanto Mais Sangue Melhor II

O Jornal Nacional apresentou, na edição dessa segunda-feira, 11 de abril de 2011, uma reportagem preconceituosa a respeito dos manuscritos achados na casa de Wellington Menezes, responsável pela morte de 12 crianças na semana passada. Os manuscritos fazem referência à religião islâmica e a atentados terroristas, entre outras coisas. 

Assista à reportagem aqui: http://migre.me/4e7Lp

Não é mentira que Wellington tenha citado tanto o islamismo quanto o terrorismo nesses manuscritos, embora tudo indica que ele não estava em perfeita condição de sanidade mental quando o fez. O problema é que essas duas palavras foram usadas quase que como sinônimos pelo repórter Eduardo Tchao, de forma superficial e irresponsável. A reportagem nem ao menos comenta o provável estado de confusão religiosa do assassino, fato que já tinha sido afirmado por especialistas ao canal Globo News.

A reportagem cita ainda o trecho em que Wellington Menezes faz referência ao bullying que sofreu na infância, sem, entretanto, denominá-lo assim. A ligação que está sendo feita pela imprensa, entre o bullying e o massacre da semana passada, foi tida como preconceituosa por pelo menos três especialistas consultados pela Globo News nos últimos dias. Nenhum especialista foi consultado pela Globo sobre esse assunto.

Quanto às questões que o assunto levantaria, pouco ou quase nada foi discutido na tv aberta. Falta de tempo ou de interesse? No agendamento de pautas do horário nobre, é mais lucrativo alertar para um "suposto" terrorista no Brasil do que discutir questões como o contrabando de armas e as doenças psicóticas, só para dizer algumas. 

Aliás, segundo o responsável pelo inquérito, em entrevista (novamente) à Globo News, é pouco provável que a ligação entre Wellington Menezes e o terrorismo tenham algo a ver com o massacre. A Globo omitiu a verdade, preferindo, mais uma vez, o espetáculo.

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